Não precisamos ir longe no tempo para lembrar da época em que os adolescentes (e isso me inclui), disfarçadamente iam até uma banca de jornal e fingiam que estavam vendo uma revista de carro ou de notícia e ficavam olhando de lado as revistas eróticas da banca.

Lembro-me de negociar a preços absurdos revista de mulher pelada com amigos de escola para levar apenas por um dia para a casa e devolver no dia seguinte.

A curiosidade e a vontade quase irresistível de ver mulher pelada para mim, um adolescente na época, fazia eu deixar de lado os princípios que meus pais tinham me passado. Era muito tempo correndo atrás de uma revista, ou muito tempo esperando algum peitinho na TV para poucos segundos de prazer.

A masturbação estava muito mais no campo da fantasia, do que ouvíamos falar do que no campo visual, pois não era fácil adquirir um material erótico ou pornográfico.

Mas hoje não precisa mais correr atrás de nada, não precisa procurar algo na mídia para depois se masturbar, pois ela já faz isso para nós.

Somos bombardeados com tanto erotismo e pornografia da mídia, que a nossa mente já está sendo masturbada até mesmo de tarde, em novelas ou filmes. Esses dias peguei um ônibus interestadual e fiquei envergonhado com o filme que estava passando. Sem contar a internet, pois não passo um dia sem receber uns 15 e-mails sobre sites eróticos e Viagra. Não sou um cara legalista e fundamentalista, mas hoje nem precisa ser cristão para saber que a mídia já passou dos limites há muito tempo.

Hoje não é mais o adolescente que vai procurar algo na mídia para se masturbar, é a mídia que faz isso para ele. Ele só chega em casa e descarrega o que já fizeram na escola com conversas e capas de cadernos, outdoors, na internet e em casa na TV. A mídia sabe que se colocar mulheres seminuas dançando nos programas de TV, ou nos comerciais, aumenta a audiência.

Sempre achei a luta contra a masturbação difícil para os adolescentes, mas hoje ficou quase impossível, pois ele não precisa mais correr atrás, está cada vez mais difícil encontrar um lugar não erotizado pelos meios de comunicação.

Por isso não acredito que continuar apenas colocando pressão no indivíduo vai dar resultados, temos que agir coletivamente também. Não podemos apenas apagar o fogo, mas agir preventivamente antes que ele receba uma lavagem cerebral sexual.

Precisamos lutar contra o abuso da exibição sexual em nossas escolas, outdoors, TV, internet, revistas, sem cair no moralismo legalista, mas através de um movimento que mostre que o erotismo é importante, mas tem seu lugar: entre adultos no relacionamento a dois (casamento).

Por isso lutamos, o sexxxchuch, as missões como Jovens da Verdade, entre outras contra a banalização do sexo e da sexualidade humana.

10 Comments

  • falou e disse meu caro! Assino em baixo tudo o que disse…é bom ler aquilo que também pensamos mas não conseguimos expressar. É um encontro maravilhoso!Sobre o assunto, antes podíamos até dizer q tal mídia era mais inclinada e tals. Hoje todo o dia os jornais mostram mulheres nuas…até o globo.com(q se diz um jornal conservador!) tá nessa.A luta hj é contra a mídia tbm. É preciso muito mais do que nadar contra a maré, é preciso re-pensar o nado.Grande abraço de palhaço!

  • Parabéns Marcos por mais um título sobre sexo que nos conduzem a ler todo o texto.Se eu fosse editor de jornal e revista te chamaria para dar os títulos das reportagens da primeira capa/folha. hehehheMuito bom saber que o tema da sexualidade tem ganhado espaço – aos pouquinhos – em nossas conversas. Precisamos discernir e combater o universo erótico/pornográfico da mídia com a graça, amor, verdade e justiça de Deus. Precisamos resgatar os jovens e adolescentes do universo second life das fantasias sexuais Que nossa mente seja pura e saudável (Fp 4:8). Em Cristo, que É.Jairo Filho

  • Eu lembro da luta contra a masturbação na adolescência… eu lembro que fiz tudo o que vc citou, ia pro outro lado da minha cidade comprar revista de mulher pelada com receio de que alguém da igreja me pegasse no flagra.A Internet facilitou muito toda a captação de pornografia, vc tem razão. Só não sei, como fazemos pra entrar na luta de fato?É uma luta e tanto, sexo vende de tudo na net e fora dela, há muitos interesses envolvidos.Conheço o trabalho da Sexxxchurch tocando na ferida dentro da igreja, mas e fora dela, na mídia em geral, como poderemos fazer isso?Abraço. Ótimo blog. Deus abençoe.

  • Sou a Maísa do PR…puxa Marcos, acho mto legal q os líderes da igreja estejam olhando pro sexo como ele merece. Já passou da hora de encararmos q a igreja precisa mostrar q o discurso q parece careta, nada mais é q respeito e cuidado com o próprio corpo. grande abraço.isamaisa@yahoo.com.br

  • É Marcos, lutar contra a mídia é algo bastante complicado, afinal de contas ela o tal 4º poder, né?"Os fins justificam os meios" e nessa luta de sobrevivência do capitalismo todos os meios de adquirir lucro são lícitos…Essa 'guerra' são seria tão desleal se as Igrejas participassem mais do contexto da sexualidade do jovem. Obviamente sem moralismo e legalismo, mas com amor.Marcos, ore por nós a Igreja Batista do Coronel Leôncio -Niterói – RJ. Somos uma igreja numa comunidade carente, somos diretamente atingida pela cultura funk – sinistramente pornô (rsrs). É triste ver jovens e adolescentes desconhecendo o plano de Deus para a sexualidade delas, para a vida de uma maneira geral…Vamos fazer um Congresso sobre sexualidade, mas precisamos de uita intercessão por que Deus é quem tem que tomar as rédeas disso…Abraços, Marcos!QueDeus continue te abençoando!1

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