Hoje (17/01) saiu uma reportagem em que sou citado e entrevistado no O Globo, pode conferir AQUI. Aprendi ao longo do tempo a dar entrevista por escrito (mesmo dando muito mais trabalho que por telefone), pois sei que os editores de jornais tem que fazer recortes e as vezes tiram nossa fala de contexto dando a maior confusão. ai vai na integra minhas respostas as três perguntas que o jornalista Jan Kiklas Jenkner me fez:

1) Como descreve seu trabalho na internet e como a política aparece em suas postagens nas redes?

Eu sou um dos primeiro pastores a usar redes sociais (meu canal do Youtube é de 2006) e eu tenho um chamado ministerial em expor o que a Bíblia revela. Uma das partes é a aplicação nos dias atuais os valores revelados nesse livro e ai não tem como fugir, somos seres políticos, e tudo que opinamos e fazemos se torna de certa forma um movimento politico.

Isso não quer dizer que tem que ser partidário ou apoiador de certas pessoas, quer dizer que decisões tem que ser tomadas quando usamos as redes sociais.

Eu aprendi e tento ensinar princípios e não indicar pessoas ou espectros específicos da politica, até porque homens são pecadores para seguirmos, e espectros direita e esquerda tem poucos séculos e a bíblia é milenar. Querer colocar Jesus em um dos lados é anacrônico e leviano, Jesus não se encaixar a sistemas desse mundo, principalmente os políticos.

2) Até que ponto considera ser natural e saudável figuras religiosas influentes usarem sua popularidade nas redes para falar sobre política e quando isso pode ser um uso nocivo que usurpa a religião em torno de um projeto de poder? Pode citar exemplos?

Como falei antes é inevitável, assim como vários discursos de Jesus foi inevitável o confronto politico, religioso e social. Mas o que pauta o ministério de um pastor é a Bíblia, e através dos princípios nela revelados lemos todas as coisas, a nossa vida, as coisas espirituais, a vida em sociedade. Acredito que muitos pastores chamados midiáticos, na sua grande maioria neopentecostais, estão pautando seus posts e discursos na politica, desviando assim o proposito primário do chamado de Deus. Viraram agentes políticos (e não bíblicos) nas mãos de um projeto de poder (e não para servir a Deus). Não estou julgando seus corações, estou falando do que se vê claramente em seus discursos e em suas pautas. “Cuidado com os falsos profetas… Vocês os reconhecerão por seus frutos” Mateus 7:15,16

Se o assunto é complicado nas redes sociais e a linha é tênue entre servos de Deus e lobos com pelo de cordeiro, pra mim é muito mais claro e radical na igreja física, nos púlpitos, onde deve ser usado exclusivamente para expor a Palavra de Deus. Usar esse local e a autoridade pastoral em púlpitos para fazer campanhas, indicar políticos e fazer terrorismo espiritual contra o candidato que o pastor discorda é aberração bíblica, se chama voto de cajado (versão religiosa de voto de cabresto), essa pessoas deveriam ser denunciadas. Essa denuncia deveria vir dos próprios membros, onde biblicamente depois de Jesus Cristo a assembleia de membros do corpo de Cristo é a autoridade maior que a do pastor.

3) Como o sr. se define politicamente?

Escrevi em 2012 um livro intitulado “Vida Crista Fora da Caixa” e eu não permito mais me “encaixotarem” em nomenclaturas religiosas ou politicas. Pois depois de uma profunda reflexão em toda bíblia não vejo o Deus trino como de direita e esquerda. O evangelho do reino é muito mais igualitário e justo do que esquerda proclama, e com muito mais liberdade para exercer seu dom que a direita proclama. Não me considero nem de esquerda, nem de centro e nem de direita, mas nascido do alto (João 3.3)

Marcos Botelho

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