Este ano eu completei os meus 30 anos. Fiz uma festa como nunca antes, churrasco, música, noivado e futebol. Mas sempre que atravessamos uma década , passamos por uma reflexão pessoal da vida, e parece que vai se intensificando a cada década essa reflexão.
Foi aí que, sentando comigo mesmo, dei uma entrevista a esse menino cheio de sonhos, mas sem muita experiência. Acompanhe abaixo um trecho desta entrevista:
Marcos vintão: A minha primeira pergunta só poderia ser se realmente passa rápido como todo mundo diz.
Marcos trintão: Cara,ouvi isso dezenas de vezes e já critiquei quem falava, mas não é que é verdade. Lembro-me dos 19 anos como se fosse semana passada. E só cai a ficha em datas como esta.
Marcos vintão: Tem alguma coisa que você não fez nessa última década que você gostaria de ter feito e que não dá mais?
Marcos trintão: Cara, pra falar a verdade não! Vivi intensamente o que acreditei ser o melhor, fiz o que gostava: acampamentos, palhaço, pregações. Cultivei amigos que levarei até a morte e não troco nenhum momento com eles por nada. Não fiz muitas burradas, só algumas.
Talvez devesse ter me declarado para uma ou duas meninas a mais, só para falar que fiz! Foi bom ter namorado as poucas namoradas que tive, pois se sou um namorado melhor para a Naty (minha noiva) foi pelo que aprendi com os erros.
Sinceramente, não me identifico com a música de Arnaldo Antunes quando ele fala: devia ter bla bla bla mais…
Marcos vintão: Já que você falou de namoro, eu penso que gente como você de 30 anos deveria namorar as meninas de 28 a 30, e não roubar as meninas da nossa idade.Isso não é infantilidade dos trintões?
Marcos trintão: hahahhaa! Bom, também pensava assim, mas vi que esse negócio de idade não é tão certinho e as meninas de 20 anos começam a mexer com nossa cabeça quando estamos com 15 e nunca param! Hahahha! Nós homens somos sim mais imaturos, tenho a cabeça de 25 ou menos. O problema para gente com a sua idade é que nós temos mais experiência, barriga, carro e grana!
Marcos vintão: É muito diferente a idade de 30 anos comparada com a minha de 20 anos?
Marcos trintão: Cara, quando eu tinha a sua idade falava: “nossa trinta anos é muito velho, quero já estar casado e ter uns três filhos e um bom emprego”. Mas não é bem assim não, a gente fica mais pé no chão, mas não sei se é maturidade. Não muda quase nada, só que a turma não te trata mais como moleque. A pressão aumenta quanto a casamento e trabalho, mas no fundo sei que não mudou muito. Penso que financeiramente foi bom não ter casado antes, mas acho que nunca estaremos prontos para casar, a gente aprende a casar casando.
Marcos vintão: O que foi o JV na Estrada pra você estes dez anos?
Marcos trintão: Um bando de moleques que se encontraram com Cristo e decidiram lutar por um sonho. Não sabíamos direito o que estávamos fazendo, não sabíamos se fazíamos por diversão ou por missão; não sabíamos se éramos um grupo de amigos ou um ministério. As coisas sempre se misturaram, e foi por isso que Deus usou. No começo, quando recebíamos oferta íamos correndo na 25 de Março comprar fantasias e bugingangas, lembro-me do meu irmão André falar varias vezes: “Vocês são crianças crescidas com a mesada na mão!” Ter vivido o JV na Estrada nos melhores anos da minha vida, não tem preço!
Marcos vintão: E sua vida com Deus, melhorou depois de 10 anos? Que dica você me daria?
Marcos trintão: Sempre quis estar perto de Deus e quanto mais me aproximo, mais vejo o quão longe eu estou dele. Deus é muito mais importante do que eu pensava aos 20 anos. Como é bom olhar pra trás e ver que todos os nãos dEle foram um “sim” para me tornar um filho melhor. Às vezes quando esqueço da cruz penso que estou devendo a Ele e fico mal, mas quando o Espírito me lembra de Cristo me alegro tanto que obedeço a Ele sem perceber.
Minha dica a você que tem 20 anos é: se importe realmente com quem você é por dentro e não com sua imagem. Nos importamos tanto com o que os outros religiosos vão pensar de nós que relaxamos no que realmente importa. Foque em uma amizade com Deus lá dentro de você, onde ninguém vai ver. O resto você mesmo vai ver com seus próprios olhos!
Já estou escrevendo algumas perguntas para fazer daqui alguns anos para o Marcos quarentão!
Moço vc não tem jeito de um crente de 30 anos – Graças a Deus né?Creio que vc morrer com 70 anos, morre com coprinho de 60 e cabeça de 20.Quem um dia topou com o Mestre não morre velho, mas quem só encontrou um livro de capa preta, esse tá na roça.
Meu irmão mais velho tem 30 anos. Ele é um crente chato, não sai de casa, fica longe de tudo e de todos, literalmente se isola. Eu fico triste por ele, ainda mais por ver você assim, tbm com 30 anos e com essa alegria contagiante, que todo mundo quer chegar perto e saber pq vc é assim (tanto que um perfil no orkut não foi suficiente, vc precisou de uma comunidade, hahaha).Então, e foi bom pra mim essa entrevista. Eu não tenho 20 ainda, tenho só 14… Mas eu fico até envergonhada quando leio textos assim. Me preocupo tanto com o que o pessoal da minha igreja vai pensar de mim, com o exemplo que eu tô dando, e acabo esquecendo do relacionamento com Deus, que é o essencial…Vou procurar mais por isso!
Marcão, Marcão… Obrigado por esse texto, brother! Ele me ajudou a preparar minhas perguntas para a entrevista de daqui uns meses…Obrigado por ter conhecido o Marcos vintão e ter visto da gestação até a pré-adolescência do JV na Estrada…(Faz dez anos desde aquele acamp… rs). Louvo a Deus pelo Marcos trintão, talvez seja porque o Gus trintão admire o amigo e a pessoa que ele tem se tornado. Aquele abraço, que Deus te abençoe!
Marquinhoscurti mto essa entrevista… vc além de criativo é sábio… q o Senhor te conserve assim nos trintões, quarentões…..agora deixa eu ir fazer minha entrevista comigo mesma… amei a idéia!bjos da Fukumoto.
A entrevista mais churrasca q já li, muito bom. Deus te abnçoe e seus mais 10 anos, até q venha a prox entrevista nos 40. rsrs abraço. Gabriel Landim RJ
Olá!!! ótimo papo este! Gostei demais, este é o meu ano dos 30, estou preparando uma versão feminina plagiando a sua idéia…vamos ver no que dá! Valeu! AbsDéborah Munir