Sei que a base do chamado pastoral é simplesmente cuidar de pessoas, jovens e velhos, homens e mulheres, brasileiros e estrangeiros. Mas por outro lado, Deus coloca, muitas vezes, uma paixão mais específica por uma causa e um grupo de pessoas.

Foi assim com Paulo e os gentios e é assim para muitos pastores de jovens e adolescentes.

Às vezes os pastores “titulares” da igreja ou a própria igreja não observam isso e acabam tendo uma visão de que o trabalho com a juventude é tipo um “estágio” para preparar um pastor para ser, com o tempo, o pastor da igreja.
Esta visão, além de menosprezar o trabalho com a juventude, é perigosa para os pastores e para a igreja.

Se o pastor que vai caminhar com os jovens não tiver convicção do seu chamado, não vai querer investir no seu treinamento específico a médio e longo prazo, pois está alimentando uma possível “promoção” em pouco tempo, e com isso não vai se preparar para os problemas específicos de quem trabalha com jovens e adolescentes e se desgastará facilmente.

E pior, quando ele tiver um bom resultado com a juventude e começar a crescer em qualidade e quantidade, ao invés de se sentir feliz e realizado, vai sentir que provou que merece uma promoção. E como ela na maioria das vezes não vem – porque ministério com jovens não é carreira – o pastor se frustra com o bom resultado e sai da igreja, muitas vezes levando parte dos jovens.

Ser pastor de jovens não é um estágio para ser pastor titular da igreja um dia, e sim uma vocação com o fim em si mesmo!

Se isso não estiver na cabeça dos pastores principais da igreja e, principalmente, do candidato ao pastoreio vamos continuar tendo problemas nesta área.

16 Comments

  • Acho que nos dias de hoje uma das coisas mais difíceis na igreja, são pastores ou lideres de jovens, que estejam afim de se aplicar a este ministério, que é um dos mais cansativos. O jovem é muito inconstante e se não tiver algo que encaixe com o seu perfil ele simplesmente ignora, e não quer mais participar. Eu não sou líder de jovens, mas acho que é um dos ministérios mais difíceis, por isso, talvez sirva como um estágio para pastorear a igreja.
    Abraço

  • Em um de seus livros Rev. Hernandes Dias Lopes diz: Que chamado é quando vc tem várias portas para escolher, mas somente escolhe uma. Para pastor de uma juventude é o mesmo.
    Boa sacada! Vamos pensar nisso e começar agir diferente.

    Em Cristo servindo com “pastor de jovens”, Denis Almeida.

  • Fala Marcos.
    Apesar de não ser pastor, nem teólogo, presido uma juventude. Minha igreja não tem pastor auxiliar, pois é pequena e não teria condições e não existem pessoas no momento para isso.
    Ainda assim gostei muito do seu texto e concordo com ele.
    Claro que existem pastores que utilizam a juventude como um treinamento e não vejo nada de errado com isso; porém deve-se haver integralidade independente do ministério, causa e ação que se esteja engajado.
    Deve-se viver o presente e dar o seu máximo.
    Caso um dia venha a se tornar um pastor principal, que não seja por conta de seus méritos ou uma esécie de promoção, mas como um processo natural.
    Abraços.

  • Sempre gosto dos seus artigos. Bem ao estilo “2.0”, não é? Boa leitura, objetiva e útil para quem está no computador fazendo mil coisas ao mesmo tempo. Mas dessa vez acho que vou te incomodar um pouquinho.
    Para mim, este problema do carreirismo no pastoreio não atinge só os pastores de juventude. Já ouvi pastores presidentes preocupados em aumentar o número de membros ou candidatar-se à uma igreja maior.
    O que me incomoda é ver a única instituição capaz de transformar o mundo – assim, eu creio -, simplesmente reporduzindo as estruturas deste mundo.
    Pastoreio não deveria ser visto pela perspectiva do profissionalismo. Veja os termos: estágio, treinamento, resultado…. isto é assustador!
    Concordo plenamente com você, quando diz que esta deve ser uma preocupação dos pastores principais. Mas quero acrescentar que esta deve ser uma preocupação dos pastores da juventude, dos seminaris (candidados a Pastor) e, mais, muito mais, dos candidatos a um seminário. Porque não consigo ver Pastor como sinônimo de profissão ou de um cargo a ser adquirido.
    Não sou contra pastores que dedicam sua vida integralmente ao serviço. Porque quando há a vontade de Deus, nada se levanta contra. Eu mesma sou porfessora, mas quando estou fora da sala de aula e alguém pede a minha ajuda, não faço como alguns amigos que mandam o aluno marcar hora, eu atendo protamente! Porque este é o meu “vocare”.
    Devemos, sim – e muito -, tomar o cuidado de não engaiolar os Planos de Deus nos medíocres limites dos nossos desejo.

  • Muito bom pastorzão – a area de pastores de jovens e adolescentes é carente e muito se deve a falta de visão e de amor pela própria liderança das Igreja.

    Os seminários formam pastores para o campo – mas não seria novos pastores para uma nova realidade??????

  • Isso mesmo!! Esquecem que o ministerio jovem, tem um chamado “João Batista” que nós leva a clamar no deserto e preparar o caminho. Isso se deve pela força e vitalidade que há neles. Não existe estágios no evangelho. existe um chamado para o evangelho. Creio com convicção que muitos olhos e ouvidos estão se abrindo para essa importancia, de tratar muito bem essa nova geração, que tanto precisa de atenção e que é tão importante no coração de Cristo.
    Louvo a Deus por ainda existirem pessoas como Botelho(pai e filho). o pessoal Jv e muito outros.. vagalumes em meio a uma escuridão de falsos profétas e doutrinas. Grande abraço.
    Graça a todos!

  • Olá Marcos!!
    Mt bom esse artigo, curto e objetivo!!
    Essa é a realidade MSM!! O ministério pastoral é visto cm um estágio até ele arrumar uma igreja, enquanto essa mentalidade não mudar, a Igreja tb não mudará!!
    To sempre por aki lendo seus artigos. Deus abençoe, grande abraço

  • Esse artigo me fez perceber que não basta fazer as coisas por interesse e sim por amor, por isso é importante que cada um saiba realmente qual o seu chamado perante Deus, pois aquele que faz a obra pensanso em sí próprio nunca alcançará o objetivo real do que Deus tem para sua vida….

    muito legal seus artigos Marcos, que Deus continue te abençoando nessa área…

  • Hummmm, muito bem colocado! Na minha igreja, ainda não temos um Pastor de jovens, mas o líder dos jovens diz que gosta de trabalhar com jovens e pretende trabalhar só com jovens. Ele não tem aspirações de se tornar um pastor. Acho isso muito bacana da parte dele….

  • Eu acho que esta faltando um pouco de amor a causa, trabalhar com jovens requer muita vontade e determinação.
    Algunas igrejas ainda estão trabalhando de forma errada, estão deixando o jovem “solto”, e depois, quando adulto se tornarão “super crentes”por suas próprias pernas.
    Só que isto não está acontecendo…

  • Muito bom artigo Pastor, toda liderança de uma igreja precisa está atenta e afinada 100% com todas as causas do Reino, todos os líderes antigos e novos precisam ter esta mentalidade. Deus abençoe. Belém – PA

  • Aleluia pelo meu ministério.
    Louvo a Deus por usá-lo para confirmar em nossas vidas este ministério e reforçar uma paixão que Deus tem despertado e movido nossos corações.
    Quero servir em minha vida aos jovens e adolescentes.
    Me especializar, conhecer seus desafios se possível escrever materiais relevantes para esta galera… Acho que estou no caminho que Deus preparou para que isso seja possível.
    Louvo a Deus pois Ele tem nos chamado (ao Marcos e a galera do JV a mim e a muitos) para atender essa galera e entender como vocação, ministério e não como um estágio.

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