Ele tinha 11 anos, era muito serelepe, de cabelo arrepiado e olhos esbugalhados.
Não era um garoto mau, mas parecia que nenhuma bronca, nem cintada conseguia colocá-lo no eixo.
Para ele tudo era diversão e risada.
Tinha conseguido passar de ano e costumava sempre voltar da escola aprontando muito.
Num momento de explosão de alegria pelo fim das aulas e tristeza por saber que ficaria um bom tempo sem ver os amigos.
Ele corre para casa, derrubando as latas de lixo da rua e fazendo um barulho com a boca, como uma sirene bem alta.
Uns gritam: Para com isso moleque! Outros: Que absurdo!
Até que o menino, virando a esquina, bate de frente com um homem fardado de trinta e poucos anos.
O menino cai de bunda no chão com os olhos arregalados, apavorado não tinha nem palavras.
O homem muito bravo e gritando falava já dando um pontapé: Seu vândalo, moleque do mau, você vai arrumar todo o lixo da rua e aprender a ser gente civilizada!
Naquela tarde o menino foi humilhado na frente de todos do bairro, apanhou do homem com safanões e pontapés. Todos aplaudiam o homem por trazer disciplina e ordem. O menino levantou as 3 latas de lixo da rua que tinha derrubado e recolheu todo o lixo, até o que não tinha derrubado.
Chegando em casa viu seus pais, mas nunca contou nada do que tinha acontecido.
Os anos passaram e as marcas daquele dia ficaram ecoando em sua memória.
Ele já tinha 37 anos, era um homem muito centrado, de cabelo lambido para o lado e olhos caidos.
Não era um homem mau, mas acreditava que a ordem e a disciplina eram a solução para a sociedade.
Para ele tudo era o trabalho, que ele levava muito a sério.
Tinha se tornado um delegado e costumava voltar do trabalho a pé observando a cidade.
Num momento de explosão de alegria pelas férias que estavam começando depois de 10 anos de trabalho e tristeza por saber que ficaria um bom tempo sem ver os colegas de trabalho.
Ele volta para casa devagar cumprimentando a todos da rua, muito orgulhoso por ser respeitado por manter a ordem na cidade.
Uns falam: Boas férias, delegado! Outros: O senhor vai fazer falta!
Até que o senhor virando a esquina bate de frente com um moleque de dez ou doze anos, gritando e fazendo algazarra.
O menino cai de bunda no chão com os olhos arregalados, apavorado não tinha nem palavras.
O delegado muito bravo, já dando um pontapé, grita: Seu vândalo, moleque do mau, você vai arrumar todo o lixo da rua e aprender a ser gente civilizada!
Naquela tarde o menino foi humilhado na frente de todos do bairro, apanhou do homem com safanões e pontapés. Todos aplaudiam o homem por trazer disciplina e ordem. O menino levantou as 3 latas de lixo da rua que tinha derrubado e recolheu todo o lixo, até o que não tinha derrubado.
Chegando em casa viu seus filhos, mas nunca contou nada do que tinha acontecido.
Os anos passaram e as marcas daquele dia ficaram ecoando em sua memória.
Sensacional Man…
É assim mesmo que ocorre, recebemos marcas principalmente em nossa infancia e as reproduzimos tbm, fazendo esses traumas se perpetuarem na sociedade, marcas ecoando que nos impede de romper.
Parabéns Marcos que Deus te use mais e mais para a glória e Louvor dele
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esse conto me lembra a musica da Elis Regina – Como nossos pais ..
“Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais…”
infelizmente temos a tendencia de fazer com os outros o que fizeram com agente … deve ser alguma forma de nos sentimos Vingados …
Muito Bom! Agente se identifica com esse conto. Só quando conhecemos a Verdade é que somos libertos das marcas que ecoam.
Irmão, este é um perfeito retrato da triste realidade de muitos. As pessoas feridas sempre ferem, assim como as pessoas que amam, sempre amam. “Nós o amamos porque ele nos amou primeiro”!
É a triste realidade das pessoas, é como um ciclo…
E nós muitas das vezes não fazemos nada pra mudar este quadro! =/
Muito legal esse artigo. Tudo isso é a verdadeira realidade da falta de perdão, perdoar é esquecer e não ficar se envenenando com as marcas do passado. =/
Depois da leitura fiquei pensando depois de perceber que ele havia tido o mesmo comportamento, que um dia tiveram com ele, aquele homem seria capaz de fazer diverente? Como é dificil seguirmos um caminho que não conhecemos, a unica conduta que ele conhecia era aquela, para mudar o que se torna “normal” é muito dificil, e exige um esforço que muitas vezes é muito grande para fazermos sozinhos, para isso precisamos contar com a ajuda do nosso Deus, para mudar algumas atitudes comuns pelos olhares da sociedade.