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8 Comments

  • Quero dar meus parabéns a você, uma amiga me apresentou seu blog e tenho gostado cada vez mais… e esse vídeo agora foi um dos que mais gostei
    Que Deus continue te usando cada vez mais meu amigo
    abração.

  • Até que enfim, hein, Marcos Botelho! Pensei que você ia desistir do evangelho. Pronto: morreu! Mas ressuscitou. Aleluia! Eu já estava aqui pensando com Deus como eu ia fazer pra continuar meus comentários. Afinal já está quase dando um livro, né?! Então, vamos lá.
    O capítulo 13 circula em torno de questões escatológicas, sobre o que não me sinto em condições nenhuma de abordar. Mas como creio que “toda a escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (II Tim. 3: 16-17), acredito que cada porção das escrituras, mesmo as de profecias para o fim, têm ensinamentos pra nossa caminhada com Deus hoje. E é nisso que me detenho.
    O capítulo começa com uma afirmação que me chama a atenção: Jesus estava saindo do templo e junto com Seus discípulos contempla as condições externas daquela construção: Puxa! Que pedras, hein! Alto nível! Que arquitetura! Tudo bem planejado e detalhadamente construído”, diziam os discípulos.
    Ih… Jesus lhes deu um banho de água fria: “Não vai ficar pedra sobre pedra, será tudo derrubado.” Cacetada! É mesmo um discurso duro. Nós faríamos tudo pra preservar o monumento histórico como patrimônio da UNESCO, mas Jesus não estava preocupado com isso. Como ainda não está hoje, quando somos Sua habitação, Sua casa, Seu templo.
    É engraçado como Ele é o dono da casa, mas às vezes está fora dela, contemplando de fora, não pode habitá-la, porque como Ele havia dito no capítulo 12, Ele é a pedra angular e os construtores a rejeitaram. Há construções bonitas em nome dEle, mas Ele está de fora.
    Sobre isso, reporto-me novamente ao livro de Hebreus. Alguém está lendo? Deveria. Nem só de redes sociais vivem o homem e a mulher.
    Sobre todo o edifício religioso que os judeus construíram e que foi substituído por um Novo Projeto em Jesus, podemos tirar muitas dicas de como estamos caminhando na construção da Casa de Deus.
    Hebreus começa afirmando categoricamente quem é Jesus e o lugar que Lhe é devido: acima de todas as coisas e seres criados (Cap. 1 e 2).
    No capítulo 3 do livro, as Escrituras suscitam a questão da construção da Casa de Deus, trazendo Moisés como símbolo de uma construção inicial, na Velha aliança. E mesmo naquela aliança, ele foi fiel ao modelo de Deus na construção do Tabernáculo. As referências do Pentateuco sobre a construção do Tabernáculo não cansam de dizer: E Moisés fez conforme tudo o que o Senhor mandou. Depois dele, a decadência foi só se afirmando, é verdade, e chegou ao templo de Salomão, uma das grandes maravilhas do mundo, mas que o Senhor rejeitou. Só que Moisés sabia: no Reino de Deus, manda quem pode, obedece quem tem juízo.
    Entretanto, mesmo Moisés tendo sido fiel, Jesus foi considerado maior que Moisés. Ele trouxe uma nova lógica, uma nova maneira, uma nova aliança, um novo caminho, o Caminho, de fato e de direito, para se relacionar com Deus, baseado no amor. Lembram do dois grandes mandamentos?
    E aí o livro de Hebreus centra todas as figuras do Velho Testamento na pessoa de Jesus: Ele é o Sumo Sacerdote; Ele é o Cordeiro do sacrifício; nEle se cumpre o sábado; dEle é o sangue definitivo da Nova Aliança; a Ele pertence a adoração. Tudo vem dEle e vai pra Ele. Este é o modelo novo, e nos cabe, à semelhança de Moisés, fazer tudo conforme o modelo.
    Jesus trouxe uma palavra de julgamento pesado sobre o templo e as práticas religiosas dos judeus. Ele continua trazendo isso. Hebreus (10: 19-31) fala: “O Senhor julgará o Seu povo”. Aqui ele não está falando do mundo, não. Ele está falando do Seu povo, da Igreja. De mim e de você. Os primeiros a serem julgados somos nós, na Sua vinda: na primeira; na que acontece ainda hoje, quando Ele nos convida incessantemente a segui-Lo; e quando Ele voltar para buscar a Sua Igreja.
    “Vocês precisam perseverar, de modo que, quando tiverem feito a vontade de Deus, recebam o que Ele prometeu; pois em breve, muito em breve ‘Aquele que vem virá, e não demorará. Mas o meu justo viverá pela fé. E, se retroceder, não me agradarei dele’. Nós, porém, não somos dos que retrocedem e são destruídos, mas dos que creem e são salvos.”
    E aí, Hebreus traz um elenco de heróis da fé (cap. 11), desde Adão, e ao final do livro nos exorta e repreende a perseverarmos, para sermos como eles, e não nos entristecermos quando formos repreendidos pelo Senhor, porque Ele só repreende a quem é filho, a quem ama. Ele não nos ignora, por isso repreende.
    Ah, quero continuar a ser chamada de filha, até o fim; quero entrar pra galeria dos verdadeiros heróis da fé; quero viver a Nova Aliança em Jesus, quero construir a Casa de Deus aqui sempre conforme o modelo que é o meu Mestre; quero ser livre da rejeição dEle, quando vier jugar o Seu povo, agora e no futuro.
    Lembro ainda de Hebreus (10: 24-25), que me aponta também um caminho para alcançar isso: “Consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de nos reunir como igreja… mas procuremos nos encorajar uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia.”
    Então… Vambora, gente!

  • O capítulo 13 continua mostrando os sinais que antecederão a vinda de Jesus.
    Deixo a análise de cada um deles para os estudiosos das coisas futuras.
    Entendo, entretanto, que a vinda de Jesus sempre traz algumas implicações, independente de tempos e eras. Uma delas é que nem sempre é fácil reconhecê-Lo. No evangelho de Mateus, o Mestre diz que Ele viria à semelhança de um ladrão: inesperado, surpreendente e não desejado.
    No evangelho de Lucas (17:20-33) há o relato de um diálogo de Jesus com os fariseus, que lhe perguntavam quando viria o Reino de Deus. A isso, Jesus respondeu que o Reino de Deus não viria de modo visível, nem se diria “Aqui está ele” ou “Lá está”. Mas, que o Reino de Deus estava entre eles.
    Jesus estava dizendo que o Reino era Ele mesmo e as boas novas encarnadas, resumidas na essência do próprio Deus, que é o amor, manifestado em Jesus. Um relacionamento proposto por Deus à humanidade.
    Como seres humanos temos a tendência a buscar a materialização daquilo que é invisível. É evidente que o Reino se concretiza em ações visíveis, históricas, reais, mas essas materializações não são o Reino em si. O Reino está nos corações daqueles que concretizam ações, projetos ou qualquer manifestação humana em nome do Amor. O Reino não prescinde dessas manifestações, mas às vezes elas caminham independentes do Reino de Deus, mesmo usando o Nome.
    Mantenhamos o Reino de Deus entre nós sempre, a despeito do que Jesus gere por meio de nós a partir disso. Se fizermos isso, o Reino se tornará visível de muitas formas e em muito lugares.

  • É, Marcos Botelho, você esqueceu de novo de aceitar meu comentário anterior. Agora, sou obrigada a continuar assim mesmo, senão daqui a pouco você chega à última sessão do livro e eu fico aqui correndo atrás do prejuízo. Então, eu vou.
    Um último aspecto sobre as questões “finais” trazidas por Jesus no capítulo 13 diz respeito ao fato de que aqueles que anseiam, esperam e apreciam as “vindas” e manifestações de Jesus sofrerão adversidades sempre.
    No momento, identifico adversidades de duas ordens básicas. Uma delas tem a ver com a rejeição e a incompreensão. Uma vez que Jesus veio inaugurar uma nova lógica de relacionamento com Deus e com o próximo, tudo aquilo que Ele propõe pode ir de encontro, na contra-mão mesmo, de todo um sistema dominante por aí. E isso sempre vai suscitar resistências, de todas os lados. Precisamos estar preparados, então, para não agradar. E isso é muito difícil. Ninguém quer ser desagradável, vamos falar, né. Mas, se queremos seguir Jesus, vamos ter que ser às vezes desagradáveis, pois é melhor agradar a Ele do que aos homens.
    Outro aspecto a considerar é que aqueles que anseiam ver a manifestação de Jesus na história vão se deparar com muitas “vozes” que arrogam pra si a voz do Mestre: suas próprias vozes interiores, sujeitas a um coração enganoso; e as vozes de um sistema audível dominado por valores malignos.
    Lembro do texto de João 10, quando Jesus estabelece a diferença entre as vozes presentes no cotidiano do cristão e faz uma afirmativa bastante categórica sobre Sua própria voz de Pastor: “Ele chama suas ovelhas pelo nome e leva todas para fora. Depois de conduzir todas para fora, vai andando na frente delas, e elas o seguem, porque reconhecem a Sua voz”. Ah como é bom reconhecer a voz de Jesus em meio a tantas vozes. Como precisamos estar atentos à voz do Mestre e descobri-la em meio à multidão de vozes, por vezes confusas e atravessadas de ruídos de emoções diversas, medos, ansiedades, entendimentos históricos equivocados, egoísmos e mais.
    Junto-me a Davi para reconhecer a beleza da voz do Senhor (Salmo 29) agora: “A voz do Senhor ecoa sobre as águas. O Deus da glória troveja. A voz do Senhor é forte como o trovão. A voz do Senhor é poderosa, a voz do Senhor é cheia de majestade! A voz do Senhor racha os cedros; sim, o Senhor quebra em pedaços as grandes árvores do Líbano!… Quando o Senhor fala, raios de fogo riscam o céu. A voz do Senhor sacode o deserto; ele faz tremer o deserto de Cades. Assustadas com os trovões, as corças na floresta dão suas crias antes do tempo; a voz do Senhor arranca a casca das árvores do bosque. E no templo do Senhor, todos clamam: ‘Glória!’… O Senhor dá força ao seu povo. Ele abençoa o seu povo com a sua paz!”
    Ah, Deus me dê sempre um coração sensível para ouvir a Sua voz, acima de minhas vozes interiores e do barulho entorno.
    Penso, ainda, que para suportar a rejeição e a incompreensão e distinguir a voz do Mestre em meio a tantas, é preciso valorizar e preservar alguns bens espirituais fundamentais.
    Primeiro, a sujeição ao Espírito de Cristo (13:11). É a presença do próprio Jesus em nós que nos capacita a suportar reações adversas, sejam quais forem. Não temos capacitação pra isso em nós mesmos. Fatalmente fracassaremos se nos apoiarmos em nossas capacidades, se elas não forem dominadas e santificadas pela presença do Espírito Santo.
    Além disso, precisamos estar alicerçados em Sua Palavra, porque os céus e a terra vão passar, mas as Palavras de Jesus permanecerão eternamente (13:31). As Palavras de Jesus são espírito e vida, como ele mesmo ensinou, são alimento para nossa alma e fazem divisão, separação, distinção entre alma e espírito (Hebreus 4:12). Entendo aqui que ela diferencia aquilo que provém de nossa própria humanidade natural daquilo que resulta da nossa humanidade regenerada e sujeita à presença do Espírito em nós. Por isso, precisamos amar a Palavra e nos abastecer dela permanentemente.
    Ah, que eu nunca me canse da Palavra! E que ela sempre me corte por dentro pra me fazer mais à imagem e Jesus.
    Estando sob a direção e a iluminação do Espírito e da Palavra, temos condição de perseverar até o fim, vigiando em todo o tempo para não sermos enganados, engolidos, tragados inclusive por nós mesmos e nossos desejos concorrentes com o Reino de Deus em nós e entre nós.
    Assim, podemos prosseguir ansiando as “vindas” de Jesus. Maranata! Ora vem , Senhor Jesus!

  • No capítulo 14, temos as narrativas que antecedem à crucificação de Jesus.
    Começa com a história da mulher, em Betânia, que derrama um vaso de alabastro, um perfume caro, sobre Jesus. Há detalhes que me aquecem o coração.
    Em primeiro lugar, há que se destacar o fato de que trata-se de uma mulher, que “invade” o espaço da casa de um homem, em meio a um jantar, interrompe tudo, sem nem se importar com o que vão falar dela e de sua atitude. Ela desconhece o que está entorno, ela quer dedicar uma oferta ao Senhor. Tudo indica que esta mulher era Maria (João 12: 1-8), irmã de Lázaro, a que em outra circunstância escolheu estar aos pés de Jesus, enquanto sua irmã Marta estava preocupada com os afazeres da casa pra recebê-Lo. À atitude de Maria, naquela ocasião, o Mestre se referiu como a de alguém que escolheu a melhor parte: estar aos pés de Jesus, ouvindo-O, contemplando-O, admirando-O, aprendendo dEle.
    Pois bem, essa mulher que já havia escolhido a melhor parte, agora tem uma atitude, aos olhos desavisados, “extravagante”. Ela quebra aquele frasco de perfume e unge a cabeça do Senhor, espalhando a fragrância pela casa toda.
    Algumas referências bíblicas me vêm à mente, mas lembro especialmente do Salmo 23, verso 5: “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, ungindo minha cabeça com óleo…”
    É importante perceber que a narrativa desta mulher acontece justamente entre os versículos 1 e 2, que mostram os religiosos de plantão planejando uma forma de matar Jesus, e os versos 10-11, quando Judas dirige-se àqueles homens para traí-Lo. Aquela mulher traz um refrigério para Jesus, em meio a uma dura caminhada. Em meio à traição e à perseguição, ela “unge” o Senhor, que iria passar pelo vale da sombra da morte. Jesus disse claramente: ela estava preparando-O para o Seu sepultamento. E ela O adorou, ungindo-O, servindo-O com o que de mais caro ela tinha.
    Lembro também do episódio do lava-pés, narrado em João. Jesus servia aos Seus discípulos. Ali, Ele os serviu. Com Maria, foi servido: a bacia, um frasco de perfume caro; a toalha, seus próprios cabelos. Ela deu o seu melhor, deu de si mesma para servi-Lo.
    Mas sua atitude incomodou os homens ali presentes, porque afinal era um “desperdício” de um perfume tão caro.
    Usaram até um argumento muito nobre e lógico: era preferível vendê-lo e dar aos pobres. Seria mais “produtivo”. Esse é um argumento que agrada muito às sociedades atuais: tudo que não é “produtivo”, não tem valor. Por isso as crianças, os idosos, os que têm necessidades especiais e outros tantos marginalizados permanecem à margem, porque não são “produtivos”, aparentemente não produzem “riquezas”, então são desprezados.
    Mas a lógica de Jesus é outra. “Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, diz o Senhor” (Isaías 55: 8). Às vezes achamos que sabemos o que é o melhor; temos nossas explicações e soluções para os fenômenos entorno; fazemos nossas escolhas baseados no que supomos conhecer. Mas Paulo diz (I Coríntios 8:1): “quem pensa conhecer alguma coisa, ainda não conhece como deveria. Mas quem ama a Deus, este é conhecido por Ele.”
    Aquela mulher não estava preocupada com aquilo que parecia sabedoria aos olhos humanos; ela queria demonstrar o seu amor ao Senhor, servindo-O. “O conhecimento ensoberbece, mas o amor edifica.”
    Para caminhar com o Mestre e participar de Sua morte e ressurreição, é preciso estar preparado para se deixar colocar em cheque na nossa “sabedoria”, porque muitas vezes ela é distinta da de Jesus, que é loucura aos olhos do sistema corrompido que está aí.
    Deus ilumine o nosso entendimento para caminharmos em Sua presença deixando-nos convencer de Sua Sabedoria, que é sempre muito superior àquilo que podemos conhecer. Deus nos dê sempre um coração amoroso, pleno de amor a Ele e ao próximo, mais do que de “conhecimento”.

  • O capítulo 14 continua com a narrativa da última ceia. Esse foi um momento marcante de comunhão entre Jesus e seus amigos, apesar da dor do que estava por vir, apesar de Jesus até saber, de muitas formas, como viria.
    É interessante notar que Jesus se hospeda na casa de um desconhecido, que com boa vontade cede o espaço privativo de sua casa para os preparativos deste momento.
    Ali, junto aos seus amigos, Jesus parte o pão e distribui o vinho. E enquanto faz isso, expõe a essência da Páscoa e do sacrifício pascoal. O pão era o seu corpo; o vinho o seu sangue. Talvez, embora Jesus já tivesse falado tantas vezes a respeito de sua morte, seus amigos ainda não estivessem entendendo.
    Gosto de uma expressão de Oswaldo Chambers, quando ele diz que precisamos nos fazer pão partido e vinho derramado, como Jesus, se queremos ser Seus
    discípulos. Não é uma experiência agradável muitas vezes; enquanto a estamos vivendo, precisamos caminhar por fé, desconhecendo o fim das coisas, que pode ser a morte, mesmo. Entretanto, precisamos estar dispostos a vivê-la, em inteireza de coração, na íntegra, com todos os seus riscos, sujeitando-nos em todos os momentos ao Senhor.
    Penso que esta experiência, na vivência particular de Jesus, teve o auge de entrega no Getsêmani. Ali, embora seus amigos estivessem por perto, Jesus enfrentou grande momento de solidão: eles ainda não contemplavam a extensão daqueles acontecimentos. Foi Ele e o Pai. Momento de entrega profunda, de abrir mão daquilo que Ele mesmo já havia, espontaneamente, decidido viver, mas que agora precisava enfrentar. E Ele se revela em toda a sua humanidade, se rasga na presença do Pai. Seu corpo não se contém de dores dilacerantes, que rompem sangue por todos os poros, e assume que a entrega é muito difícil, é dolorida, se houvesse outra maneira, outro caminho, seria bem-vindo. Mas que fosse feita a vontade do Pai, era sua última escolha.
    Momentos assim de entrega são profundamente solitários. Ninguém pode se aperceber de fato de sua extensão, duração e profundidade. Somente o Pai. A solidão é recheada de fatores inerentes à vida, à condição solitária de cada um de nós, mesmo. É prenha de negações, de traições, de perdas, abandonos, rejeições, equívocos, distorções, nossas e de outros, atos que vão sendo marcados no corpo, tatuados na pele, mas que ao fim, assim como Jesus pôde fazer, porque permaneceu sob a boa mão do Pai e acolhido em Sua presença, se transformam em entrega a outros, para não andar mais tão só, mas não para acorrentá-los para si, mas para vê-los livres de todo jugo, para viverem tudo o que o Pai lhes reservou. As marcas ficam em forma de cicatrizes, por vezes ainda abertas até um tempo de ressurreição, que virá, não se sabe como, mas ao fim, tudo concorrerá para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo os Seus mais ricos propósitos, de nos fazer à imagem de Seu Filho.
    Esta deve ser a nossa esperança permanente.

  • Bem, Marcos Botelho, você já postou o vídeo dos capítulos 15 e 16, e ainda estou agarrada aqui. Tenha paciência que o capítulo é complexo e tem alguns aspectos ainda que eu queria ressaltar.
    Jesus, depois da última ceia e da experiência visceral do Getsêmani, precisava agora encarar todos aqueles que O rejeitaram, em cumprimento mesmo aos propósitos de Deus. A todos, ele amou e se entregou por eles, até o fim, com um coração aberto, perdoador e sincero.
    Desses que O “rejeitaram”, podemos elencar alguns tipos de pessoas, que nos exemplificam mesmo.
    O primeiro tipo diz respeito aos religiosos de plantão, que desde sempre estavam na espreita tentando levar Jesus à derrota. Eles não entendiam nada mesmo do que se passava. Deles, Jesus esperava pouco. Deus nos livre de chegarmos a esse ponto. Quem está em pé, olhe que não caia.
    O segundo, diz respeito ao conjunto dos discípulos. A morte de Jesus não lhes era cabível, ao ver Jesus preso, O “abandonaram” e se dispersaram, por pura perplexidade diante dos acontecimentos, perplexidade paralisante, diga-se de passagem, que incapacita o olhar amoroso e o estender a mão. Jesus era misericordioso e amoroso com eles, como é conosco, todas às vezes que perplexos, sem entender, confusos e até nos debatendo contra tudo e todos nos afastamos do Caminho.
    O terceiro tem a ver com a pessoa do traidor, Judas Iscariotes, que fez parte de seu grupo de amigos, até ceou com ele, mas se vendeu. Jesus o tolerou amorosamente, acredito, sempre na expectativa de que ele se “convertesse”. Tenho pra mim que se Judas se arrependesse, mesmo depois da traição, e se voltasse para Jesus, Ele O acolheria, como acolheu o restante de Seus amigos. Mas Judas preferiu forjar a própria “morte”, afogando-se em remorsos que o corroíam por dentro, e deixou de experimentar a libertação do arrependimento. Penso que pra Jesus, a expectativa de ver isso foi pior do que a da traição.
    Por fim, restou a figura de Pedro. Eu gosto de Pedro. Ele é um espelho pra mim, pra você, pra todos nós, um exemplo.
    Mas, Pedro se achava, este era o seu problema (e o nosso também). Quando Jesus profetizou que ele O negaria, Pedro logo disse que isso era impossível, que todo mundo poderia fazer isso, mas que ele nunca faria.
    E o mais interessante é que ele acreditava nisso mesmo. Ele era um enganado sincero. E Jesus conhecia a sinceridade de Pedro, sabia que diante das pressões das circunstâncias, pressões reais, diga-se de passagem, que abalariam a todos nós, Pedro iria negá-Lo, como O negou, de fato, três vezes, sem se aperceber do que estava fazendo.
    Jesus amava demais a Pedro e de antemão o perdoava, mas queria que ele reconhecesse sua finitude para controlar as circunstâncias e suas reações humanas e naturais a elas, que levavam a disfarces enganosos e prejudiciais a ele mesmo e aos que estavam em torno dele. Na experiência curadora e libertadora vivida por Pedro no capítulo 21 de João, vemos Jesus lhe dando a chance de admitir, por fim, quando Jesus lhe pergunta pela terceira vez se ele O amava e se era Seu amigo: “O Senhor conhece todas as coisas; o Senhor sabe quem eu sou”. Pedro se depara com sua finitude e falta de domínio sobre os cursos da vida. Enxergando a si mesmo e suas escolhas equivocadas muitas vezes, poderia enxergar os propósitos de Jesus para ele, de ser bênção na vida de outros, na dependência de Jesus.
    Na caminhada cristã, muitas vezes vamos assumir uma ou mais dessas facetas, dessas máscaras, e “rejeitar” o Caminho. Bom é permitir que o Espírito de Deus sonde nossos corações e nos revele quem somos de fato, para nos conduzir ao arrependimento e voltar a caminhar em liberdade no Espírito.

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