Na grande discussão de quem era o maior, o mestre Jesus vai até uma criança, talvez “de rua”, com uns 7 anos de idade, e trás para dentro da roda dos discípulos, para o centro da conversa, para a pauta.
Os discípulos sem graça, porque esse assunto é de gente grande, param de falar. Jesus olha para ela e fala: ela é a maior no meu reino.
Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Mateus 18:3
Como assim, uma criança é a maior em um reino? São tão pequeninas, tão ingênuas, vivem no mundo da lua, vivem hoje como se não houvesse amanhã.
Os adultos são diferentes, eles se encaixam nos reinos poderosos que leio em livros e assisto em filmes. Eles são desconfiados de tudo, pois já viveram o suficiente para tomar umas rasteiras na vida, são realistas, pés no chão, são responsáveis, pensam o tempo todo no amanhã e vivem para garantir um futuro seguro, pois sabem que se eles não garantirem o pão de amanhã nenhum politico garantirá.
Jesus chama seus discípulos para nascerem de novo e permanecerem como uma criança no seu reino. Lógico que as crianças tem pecados também. Mas elas sabem viver a vida em dependência do pai, sabem que nada depende delas, sabem sonhar e acreditar no impossível, sabem abraçar e principalmente, sabem gastar o seu tempo na melhor coisa da vida: brincando.
Jesus inverte os valores do mundo no seu reino, pois no seu reino os pequeninos são gigantes!
Essa inversão me lembra os bobos da corte e seus reis.
Na história o bobo da corte sempre foi taxado de o bobão do reino, o mais bobo de todos. Mas só pensa assim quem não entendeu o seu papel.
O palhaço era contratado pelo rei para fazer graça para toda a família real e sua corte. O palhaço tinha que fazer graça com a própria família real de tal forma que eles rissem de si mesmos, mas não ficassem ofendidos com a piada. São vários relatos de bobos da corte que foram mortos decapitados por terem errado na piada.
De bobo um bobo da corte não tinha nada, ele sabia onde pisava, vivia uma vida de rei, comendo as melhores comida, bebendo os melhores vinhos, desfrutando do palácio todos os dias, com uma simples função, tirar graça do cotidiano e da desgraça da vida.
A criança e o palhaço são assim mesmo, sabem viver com tudo sem ter nada, sabem brincar com tudo sem se ferir no final, porque espada de criança e de palhaço são feitas de jornal.
As suas guerras são de bexiga d’água, seus tapas na cara vem acompanhado de tortas gostosas, seus pagamentos não são em ouro, nem prata, e sim três bolas de sorvetes com calda de chocolate.
Todos que quiserem ser grande nesse reino proposto pelo mestre tem que entender que esse reino é de ponta cabeça, onde a criança é a maior que o adulto, onde o bobo da corte é o rei.
Aqueles que querem ser adultos, chefes, poderosos, reis nunca entenderam essa mensagem. Precisamos aprender a viver com as crianças e os bobos da corte quem é o maior no reino de Deus.
que sensibilidade … fiquei emocionada.
Pena boa parte da igreja não aceitar a arte (em todas as suas formas de linguagem) como meio de evangelização e propagação da palavra.
assisti um trecho do Espetáculo do Cirque du Solei (alegria) que fala exatamente isso.
Só que era um Palhacinho que decide crescer.
http://www.youtube.com/watch?v=Pjd0iXibsj0
mais percebe que pode ser uma Criança Grande.
“Todos que quiserem ser grande nesse reino proposto pelo mestre tem que entender que esse reino é de ponta cabeça,”PERFEITO)
abraços
Otimo texto. Que venham palhaços por toda terra. Falando da alegria de Deus. http://saladecinemagospel.blogspot.com.br/
Como diz aquela canção… Send in the clowns (Entrem os palhaços)
Prezado Marcos,
Esse assunto do “Reino Invertido” tem me chamado muita atenção nos últimos anos. A ilustração do” bobo da Corte” encaixa perfeitamente no tema; pois juntamente com as crianças os palhaços não tem poder, nem força, nem influência, e são indefesos.
Da mesma forma o cristão não deveria usar força, ou negociatas políticas para alcançar as posições de liderança no Reino de Deus. Mas os que são grandes naquele Reino chegam às posições de liderança para simplesmente ser um servo. Eles ficam felizes de trabalhar pra Jesus, como uma criança que ajuda a mãmãe a lavar a varanda da casa, com seu rodinho, rapando a água pra lá e pra cá. Trabalha se divertindo.
O Reino de Ponta Cabeça, de Donald Kraybill, é também o título de um excelente livro que Tenho em minha estante. Muito bom.
Não sei o irmão já conhece.