A turma não entende por que falo constantemente contra a polarização da internet. Vou tentar explicar o que me incomoda tanto.
A polarização emburrece as pessoas, não constrói diálogos, novos caminhos, nem auto reflexão. Gera apenas confrontos, injúrias e pensamentos rasos.
Por exemplo: quando fotos como essas duas viram virais um dia depois de uma manifestação, elas mostram o tanto que a preocupação de quem as compartilha é mais a distorção dos fatos e a defesa de sua tese ao invés da busca da verdade e do diálogo.
Pega-se uma foto de um casal branco com uma babá negra e coloca-se a legenda: esse é o retrato das manifestações. Do outro lado pega-se um catador negro vestido de verde e amarelo e coloca-se a legenda: olha o que eles falam que é a elite branca protestando!
Temos milhões de vozes protestando, e sabemos que lá tem todo o tipo de pessoas, credos, pensamentos e posição social. Mas prefere-se taxar o movimento com uma foto que representa um polo que justifica o pensamento do polarizado.
Meu texto não quer falar nem das fotos, que acho bem normais por sinal, nem da manifestação em si. Quero falar da polarização da internet que o tempo todo quer colocar tudo e todos dentro de uma caixa, que acham que só porque enxergam preto e branco, todos enxergam dessa forma. O simplismo dos briguentos.
E quem ganha com essa polarização? As redes sociais com suas propagandas, os políticos que se vendem midiaticamente como os salvadores de um polo, os blogueiros fofoqueiros que estão preocupados com visualizações e por aí vai.
A polarização e o analfabetismo funcional são parceiros de longa data, eles se retroalimentam todos os dias. Quanto mais alguém se polariza, menos consegue ler e entender um texto, por isso as fotos e memes não param de crescer nas redes sociais.
Preste atenção nos comentários do post desse texto no Facebook, sempre têm gente que vai achar que o assunto desse post é sobre as fotos ou sobre a manifestação, simplesmente porque não conseguem mais entender o assunto principal de um texto. Essas são as sequelas de um povo polarizado.
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Genial!
Infelizmente as pessoas estão preguiçosas! A cultura do “mais fácil” impera. Por isto, imagens com uma frase curta têm formado as opiniões da população.
Poucos raciocinam e montam suas próprias convicções. A maioria prefere adotar as ideias prontas, porém não tem qualquer argumento para defendê-las.
No final, “verdadeiro analfabeto é aquele que sabe ler, mas não lê”. Mário Quintana.
Concordo,relembrando que a internet é um instrumento(como a estória do uso da faca:”pode ser pro bem e pode ser pro mal”).O discernimento e o respeito às diferenças de idéias são essenciais.
Que não nos rotulemos uns aos outros.
Aliás,a leitura do livro de Provérbios é um excelente antídoto para isso.