Quero dividir com vocês a minha jornada como “escritor”, e espero que essa história possa inspira-los com seus sonhos.
Minha alfabetização não foi boa, não sabemos muito bem o porquê, pois minha mãe era dedicada e meus irmãos aprenderam bem a ler e escrever, mas por algum motivo eu não me interessei na aulas e cheguei ao final do segundo ano escolar com dificuldade em ler e escrever.
No meio do meu terceiro ano, em julho, minha mãe teve a ideia de me voltar 1 ano para ver se eu aprenderia melhor pois era um aluno nota 5 em tudo, e eu me tornei o único aluno – pelo menos que eu tenho conhecimento – que repetiu um ano no meio do ano.
Voltei em agosto daquele ano para o 2º ano, ninguém entendeu nada, só tirei 10 naquele segundo semestre em TODAS as matérias. No primeiro semestre do outro ano foi a mesma coisa, só nota 10! Quando voltei em agosto do terceiro ano voltei imediatamente para as notas 5, como um recado a escola, professores e aos meus pais dizendo que o problema não era só em mim, mas em todo o sistema. Isso tudo eu só tive consciência depois de adulto, na época nem entendi por que tinha tirado nota dez e voltei a tirar nota cinco.
O problema é que esse trauma me perseguiu a vida toda, sempre tive receio de escrever, pois o dois “s” e o “ç” são sempre regras difíceis de aprender.
Isso começou a mudar em 1999 quando entrei no seminário e comecei a ler os livros de teologia, ler algo que gostava, que tinha paixão. Aí vi que meu problema não necessariamente era ler, mas sim o que eu lia. Comecei a descobrir que se você faz o que gosta, as dificuldades começam a ser mais fáceis de superar.
Depois em 2006, com a internet “rápida” chegando no Jovens da Verdade comecei a escrever em um blog e produzir vídeos para o YouTube. Minha namorada na época era a pessoa que corrigia os meus textos antes de eu publicar, ela me deu a segurança que precisava para sair do casulo e me descobrir como “escritor”. Hoje ela é minha esposa e continua revisando os meus textos, inclusive esse!
Em 2012 a Editora Ultimato me convidou para ser articulista na revista online e fez um livro com uma coletânea dos melhores textos do meu blog até então. Demos o nome do livro de “Vida Cristã Fora da Caixa” e o livro foi por muito tempo o autor nacional mais vendido da editora.
Depois investi muito tempo em vlogs, podcasts, Festivais de musicas e eventos de evangelização em teatros, mas esse ano decidi voltar a escrever no blog e fico feliz em compartilhar este espaço com vocês.
Esse ano estou com a meta de firmar o meu Fanzine com textos semanais, meu blog com os textos para um futuro livro, e um curso online de desenvolvimento pessoal sobre CORAGEM. Espero que caminhemos juntos nesses projetos.
Perceba que até hoje escrevo “escritor” entre aspas mesmo depois de alguns livros escritos. Pode parecer humildade, mas é um pouco de resquício de auto sabotagem que faço comigo mesmo. É um bom assunto para um próximo texto, não é?
Encorajador ler sua história. Sei muito bem o que é confundir as letras com o mesmo som. E também lembro dos cadernos rabiscados de vermelho com as correções de minha professora. É verdade que sempre sonhei escrever, mas sempre tive medo de me colocar em frente a vidraça. O que tenho feito pouco a pouco. Atualmente entendo que a escrita é uma de minhas missões. Escrevo devocionais para dois blogs cristãos e alguns textos esporádicos para blogs pessoais que ainda não consegui manter. Amei seu blog, muito inspirador. O conteúdo é incrível. Obrigada por compartilhar tudo com tanta criatividade.
Oi Marcos! Gostei de sua estória, pois também é parecida com a minha: Minha professora do 2º ano (Primário) resolveu me dar nota “X” para minha lição de caligrafia; e ela justificava esta nota “X” dizendo que “X” valia MENOS QUE ZERO!!! Foi um dos piores dias de minha vida escolar. . . e na frente de toda a turma. . . foi uma gozação geral. . . ainda bem que, depois que saí do Ensino Fundamental aprendi a usar máquina de escrever (mecânica e elétrica) e mais tarde o bendito computador – Tá resolvido meu problema de caligrafia; até estou dando uma de “escritor”. . .