Me lembro de ouvir, numa humilde igreja, um pastor falar que há 4 anos não tirava férias, pois tinha muito trabalho ali na igreja local. Quando ele falou fiquei incomodado com duas coisas: com o jeito que ele falou e com a reação da igreja!
Com o jeito que ele falou porque não me pareceu uma confissão de pecado, mas apenas um relato de um trabalhador exemplar, de alguém que faz bem suas tarefas.
Da igreja porque reagiu como se aquilo fosse o modelo de um santo um pastor não descansar rompendo o quarto mandamento, um homem que não da atenção para a família.
Somando sua aparência humilde, roupa surrada, carro velho, sem dinheiro para levar a família para um lugar bacana nas férias, aí sim é um homem santo de Deus!
Esse modelo, uma mistura de Steve Jobs com Francisco de Assis, o que chamo de “Steve de Assis” tem cada vez mais se popularizado entre os pastores evangélicos no Brasil.
Trabalham muito, são cobrados igual empreendedores de startups para implementar seus ministérios, mas também são exigidos uma vida ascética e muitas vezes beirando o voto de pobreza. Não tiram férias e estão cada vez mais deprimidos com suas famílias em frangalhos.
Os pastores têm direito ao descanso, a viajar para fora do país com suas famílias de férias se conseguirem juntar esse dinheiro, de ter uma casa própria, um carro confortável e sei lá mais o que ele queira ter e valorize para a sua família.
Ajude seu pastor a não se tornar um Jobs de Assis, incentive-o a tirar férias, e quando ele tirar férias evite brincadeiras como “vida boa né pastor”, se preocupe se a côngrua dele está na média das famílias dizimistas da igreja, com a escola que os filhos dele estão, e se ele realmente está tirando um ou dois dias de folga na semana.
Assim, quando você precisar dele, ele vai estar inteiro para te ajudar.
Marcos Botelho