Quantas vezes já vi atritos com amigos, colegas de trabalho, cônjuge onde um da resposta atravessada ao outro e quando o outro olha assuntado com essa resposta, recebe a frase: Você não percebeu que eu não estou bem?
A resposta mais sincera que da vontade de falar é: não, eu não sou vidente!
Logo quando criança tive o privilégio de aprender com minha mãe que todo mundo tem o direito de estar triste, de acordar de mal humor, de simplesmente não estar bem. O que ela falava é que ninguém tem o direito de exigir que os outros saibam disso sem a gente avisar claramente.
As pessoas tem seus dias ruins e vestem suas capas de bem estar e querem passar como se tudo estivesse bem, mas o problema que isso um dia estoura e machuca mais ainda a própria pessoa e todos ao seu redor.
A proposta de uma vida transparente, onde sua vulnerabilidade não está disfarçada, é que em dias assim, logo que você chega, você fala de forma serena e olhando nos olhos de seus colegas ou cônjuge: hoje eu não estou legal, não vem com brincadeiras que normalmente a gente faz, tenta ter mais paciência comigo.
Lógico que a pessoa vai perguntar o que foi, e cabe a você falar o que foi ou simplesmente dizer: não é nada de mais, só aqueles dias que a gente não está legal.
Se tivermos mais inteligência intrapessoal, vamos conseguir trabalhar melhor com nossos dias ruins e evitar muitos conflitos interpessoais.
Registra, tu mesmo, o meu lamento; recolhe as minhas lágrimas em teu odre; acaso não estão anotadas em teu livro? Salmo 56:8
Marcos Botelho