Por muitos anos fui pastor de jovens e adolescentes. Sou da geração seguinte à “revolução” musical nas igrejas, com a entrada da guitarra, bateria e atabaque (esse ainda está se convertendo). Por isso, me sentia na obrigação de, sempre que íamos nos reunir em culto, fazer um louvor “completo”, com todos os instrumentos, os cantores, microfone, Datashow, luzes… igual eu via nos vídeos das igrejas grandes.

O problema era que a maioria dos grupos de que eu estava à frente tinha entre 20 a 50 pessoas. Somando-se a isso o fato de, na nossa cultura, não ser um grande problema chegar atrasado, boa parte do louvor era torturante. Muitas vezes começamos o culto com mais gente no palco do que nos bancos. O som alto e os vários microfones impediam que ouvíssemos as vozes da congregação cantando.

Hoje vejo o tanto que sofremos à toa. Poderíamos ter sentado em roda ao som de apenas dois violões (desplugados). Algumas pastas com todas as músicas que cantávamos resolveriam o problema de quem chegou antes e escolheu umas canções que sentiu da alma de cantar. Não gastaríamos horas com ensaios cheios de brigas, confrontos constrangedores com bateristas reclamando que precisavam ensaiar mais, entre tantos outros contratempos. E talvez o melhor benefício: não teria essa falácia de que ou você tem o dom musical ou vai sobrar pouca coisa para você fazer no ministério de juventude.

É lógico que não estou querendo acabar com o barato de se montar uma banda de jovens na igreja e atrapalhar quem realmente tem talento para tocar. Quero apenas desmistificar esse modelo que estou convicto que, na maioria das vezes, não funciona em grupos pequenos de jovens e adolescentes.

Talvez você afirme: Marcos, se eu fizer isso, tenho jovens músicos que não viriam mais aos nossos encontros e diminuiria ainda mais o nosso grupo. Minha resposta seria: você tem que trabalhar as motivações do coração de se cultuar como congregação.

Que pena que só percebi isso depois de muito tempo. Teria conduzido melhor minhas ovelhas a uma maturidade de corpo de Cristo e dons para cumprir a grande comissão.

O que você acha disso? Sua opinião é importante para nós pastores e líderes.

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