Por volta dos meus 10 anos de idade, quando ia jogar bola na escola, sempre tinha alguém mais novo que queria jogar, mas não era compatível com os outros meninos. Tenho que admitir que eu já fui um desses também. Para os times não ficarem desiguais, a gente colocava aquele menino a mais no time e fala que ele era café com leite.
Não sei de onde veio esta expressão, mas, neste caso, significava que para ele as regras não eram válidas, não importa o que ele fizesse, pois no final das contas ele e nada era a mesma coisa.
Muito tempo depois, fui para o seminário e, nas discussões cristológicas, encontrei uma turma com uma opinião acerca de Jesus diferente da que eu tinha.
Eles viam Jesus como um Super Homem e eu via Jesus com um homem e como Deus na mesma pessoa. Deixa-me explicar melhor: eles acreditavam que Jesus era o melhor em tudo, se ele fosse um cientista seria o melhor de todos os tempos, se ele fosse um corredor seria o mais rápido, se ele fosse um empresário venderia muitos livros, pois seria sempre o melhor.
Eu nunca vi Jesus desta maneira, nem li em nenhum lugar que as peças que ele fez como carpinteiro eram tão perfeitas que valiam ouro. O Jesus que li na Bíblia nunca se destacaria nestas áreas, pois era um homem normal, ele se destacou em coisas que o mundo empresarial não valoriza muito: no amor, na compaixão, na santidade, nestas áreas Jesus era o melhor e não, por exemplo, em matemática. E pelas parábolas da ovelha e da dracma, realmente matemática e economia não eram seu forte.
Mas o grande problema que percebo nesta visão do “Jesus super homem” é o efeito contrário que ele gera no final, pois se Jesus era mesmo um Super Homem, e tudo Ele podia fazer, então tudo que Ele fez não pode servir de exemplo para nós, pois não somos super humanos.
É como se eu falasse que temos que ser corajosos como o verdadeiro “Super Man” e enfrentarmos os bandidos armados de peito aberto. Você logo me responderia: Pera ai, não vale me comparar com o “Super Man”, ele é de aço, assim até eu!
Lembro-me de estar confrontando um amigo e ele me perguntou se praticamente todo mundo pecaria nisso que ele havia feito e eu respondi que não, Jesus não pecou. E para o meu espanto ele me respondeu, mas Jesus é Jesus!
No final das contas este amigo pensava igual aquela turma. O que ele quis dizer é que Jesus é Deus, é Super Homem e, desta forma, Jesus Cristo seria café com leite.
O fato é que a maneira com a qual vemos Jesus reflete direto no nosso comportamento. E se vemos a figura de Jesus como um super herói, cheio de super poderes, o efeito da nossa intenção em “exaltá-lo” se inverte e logo chegaremos à conclusão de que Jesus não vale como paradigma de vida, pois ele é café com leite.
Texto feito para o Blog “marcos botelho do JV” 24/10/07
Oh meu amigo… Eu nem sabia que vc tinha blog. Se não fosse pelo John Lennon passaria a minha vida sem ler essas palavras!( Dramática…)Concordo contigo. Jesus homem, Jesus Deus, Jesus que escolhe, Jesus que luta, Jesus que ama é bem melhor do que um Jesus que diz “eu tenho a força” e detona com um mero olhar os inimigos…Abaixo o imaginário Jesus café com leite!Deus abençoe vcs aí! Curitiba sente falta do JV!BeijosGabi P.s: Linkei vc na minha pg!
É isso Marquinhos, pô velho o comentário sobre o outro assunto do dia 08/10, acabei mandando via email. Concordo com vc em numero, gênero e grau, ai ai. Muitas saudades meu velho.Um abraço a todos.Como Gabilady, colocou, vc está linkado nos nossos blogs.Flw.
Marcos, parabéns pelo blog e pelos textos!Deus abençõe o trabalho!