Queira ou não os pastores ou líderes de jovens, estamos na pós-modernidade e nela vamos passar o resto de nossas vidas.
Mas como é de costume a igreja sacraliza o passado e profana o presente. Sempre foi assim, crescemos ouvindo nossos pais e líderes dizendo que na época deles era diferente, as coisas eram mais claras, mais pessoais, mais santas. E que hoje os valores estão totalmente invertidos com essa tal relativização.
Que o mundo está perdido e o sistema corrompido, isso eu concordo plenamente, mas que antes era melhor, isso não mesmo. A modernidade se “encerrou” com o fracasso da Alemanha na segunda guerra: zero de analfabetismo, um país cristão, todo protestante com ideais e com certos e errados bem definidos que desembocou no holocausto.
O mundo mudou, os jovens mudaram e os líderes precisam mudar. Este foi um dos primeiros temas de nossos Encontros de líderes no Jovens da Verdade. E reflete claramente o que eu acredito que deve ser o nosso comportamento com a pós-modernidade. Devemos assumir que estamos e somos pós-modernos. Não troco e nem quero voltar ao passado, acredito que não conseguiria viver com a cabeça de 60 anos atrás.
Sei que a pós-modernidade trouxe alguns valores complicados, como a pluralidade da verdade e o abandono do conceito de neutralidade na pesquisa científica. Mas como em todas as gerações e culturas, não podemos absorver o nosso tempo acriticamente. Visto que os tempos mudaram temos três caminhos a escolher:
Vivermos criticando e profanando tudo de nossa geração, afinal de contas “o mundo presente já é do maligno” e viver um conto de fada como as gerações passadas, principalmente as dos nossos pais e líderes, onde se encontravam os “melhores” valores. Aí vamos apenas repetir liturgias, costumes e idéias e viver um evangelho fora da geração pós-moderna.
Podemos abraçar a pós-modernidade e beber dela como se fosse a única alternativa para alguém antenado. Viver os valores presentes, afinal de contas, são os valores de nossa geração mesmo. Inovando tudo, rejeitando tudo que foi dito no passado. E fazer um evangelho pós-moderno.
Mas acredito que podemos assumir que estamos e somos uma geração pós-moderna e entendemos os perigos e, principalmente, os benefícios de uma geração pluralista e pragmática. Podemos viver um evangelho na pós-modernidade!
Este último é o que entendo ser o mais coerente no que creio e, colocarei a minha fé e minha cabeça para desenvolvermos um evangelho que seja entendido por esta nova geração e que traga respostas a ela, de um Deus atemporal, mas que se revela no nosso tempo presente.
Falou bonito Marcos.. Viver uma vida cristã real eh mesmo como dirigir um carro.. não adianta soh acelerar nem soh pisar no freio.. tem que saber a hora certa de fazer cada uma das coisas… Abração maaaaaaan
Concordo plenamente. Precisamos aprender usar os recursos da modernidade na igreja, e não apenas ficar jogando tudo para o Diabo, como se ele fosse o criador e não Deus.