Um dos meus mestres, estes dias, em uma reunião, me pediu para orar junto com ele para Deus agir, pois a queda da bolsa iria fazer com que as agências missionárias, ONGs, missões e ajudas humanitárias perdessem os subsídios que os países da Europa e Estados Unidos costumam dar todos os anos.

Foi quando levantei a mão e perguntei: é certo eu orar por uma coisa com a qual eu não concorde? Aí expliquei para ele: este estilo de vida que os países de primeiro mundo escolheram viver, “the american way of life”, é a principal causa da miséria do mundo. Especialistas dizem que para cada cidadão do primeiro mundo viver em suas grandes casas, produzindo tanto desperdício, tendo carros luxuosos, entre outras regalias, cinco outras pessoas no resto do mundo precisam estar na miséria.

Ou seja, para eles viverem no luxo o mundo tem que viver no lixo. Não existe recurso natural no mundo para sustentar a vida egoísta e de desperdício que vivem os países do chamado primeiro mundo, principalmente os Estados Unidos.

Mesmo admitindo que nas grandes cidades aqui do Brasil estejamos caminhando para esta direção, eu não posso orar para Deus restaurar este sistema econômico que impuseram para nós, onde valorizam a especulação e exploram os mais fracos. Onde os ricos ficam mais ricos e os pobres mais miseráveis.

E para desencargo de consciência, com as migalhas que caem da mesa eles “dão” voluntariamente e com muito “amor” para ajudar os países pobres do mundo. É tão bonito ver na mídia o Bill Gates ajudando centenas de pessoas em uma campanha contra a AIDS na África, mas não vemos a exploração da mão-de-obra semi escrava que as grandes corporações estão assolando mundo a fora.

Finalizei meu discurso falando que a quebra da bolsa vai ser a oportunidade de tentarmos reconstruir um sistema econômico menos injusto, menos demoníaco. Pela primeira vez os ricos estão sendo penalizados.

Após minha fala sincera e inflamada, meu mestre de cabeça baixa me respondeu:

Concordo com tudo que você falou, mas mais uma vez na história, quem sofrerá mais serão os miseráveis. Pois quem tinha dez milhões vai ter três, mas quem tinha apenas as migalhas, não vai ter mais nada.

Pois é, amigos, como mudamos o nosso foco facilmente! No fim não orei para Deus abençoar ou acabar de vez com o sistema econômico do mundo. Orei para Deus ter misericórdia de mim, pois se até os cães tem direito às migalhas que caem da mesa, peço que Deus nos use para abrir mão da nossa parte que está em excesso, para que outros ao nosso redor possam ter o mínimo de dignidade.

Não pregamos contra a riqueza, só acreditamos que a riqueza de ninguém pode ser justificada com miséria do nosso próximo.

5 Comments

  • Olá irmão,gostaria de te parabenizar pelo conteúdo deste blog.Fico muito feliz em ver guerreiros como você sendo usado para a Glória de Deus.Vou te linkar no blog bless para que mais vidas sejam edificadas como fui.E que Deus realmente tenha misericórdia de nós,e que o Espírito Santo interceda com gemidos inexpremíveis,pois muitas vezes não sabemos como orar.Deus continue te usando!Daniela

  • Embroa concorde com tudo o que disse, gostaria que considerasse que muito trabalhador brasileiro, honesto e não-especulador tem parte de seu dinheiro aplicado em ações. Eu, por exemplo e modéstia a parte. rs.Deus abençoe.

  • ola, primeiramente gostaria de agradecer pelos seus belos textos inspirados por Cristo, e dizer que tenho a certeza que essa crise é a grande oportunidade que temos de tentar mudar o mundo que conhecemos. E que comece em nós; ‘separados’.

  • É Marquinhos… essa realidade da desigualdade é triste, e independente de crise ou não crise, nada justificará a miséria do nosso próximo. O certo seria naõ termos q precisar nem de Ong´s, mas enquanto o novos céus e nova terra não chegam, que os bons samaritanos continuem andando pelas estradas… … e q eu tome vergonha na cara, páre de ser uma patricinha da classe média e arregasse as mangas.bjos queridops.: dessa vez espero q tenha gostado do meu comentário no seu blog.. rs

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