Estamos entrando no olho do furacão de uma crise que ninguém está percebendo ou anunciando, mas que está cada vez mais forte e real: a crise da informação.

Se há meio século tivemos a crise da razão, um basta da humanidade sobre o autoritarismo da razão sobre a vida, onde o que não encaixava na mente humana era descartado como fútil, chegamos, em pouco tempo, a uma segunda crise, pois recebemos uma quantidade de informações tão grande, que estamos nos tornando uma geração futilmente informada.

Hoje uma pessoa recebe por dia, a mesma quantidade de propaganda que um jovem recebia em um ano 50 anos atrás. Chagamos ao limite da informação, nossa mente não agüenta mais.

Este fenômeno mudou toda a epistemologia, ou melhor, a forma de aprender de nossa geração. Um bom estudante, uns cinqüenta anos atrás, era aquele que guardava tudo que pesquisa, um estudante esponja, era premiado por decorar. Pois as informações precisavam ser encontradas e alcançadas. Hoje, de certa forma, este modelo de estudante, o esponja, passou de um estudante inteligente para uma pessoa fútil, pois a quantidade de informação que ele recebe por dia e por pesquisa é infinitamente maior e menos “relevante”.

Mas as instituições de ensino e as igrejas não se deram conta disso e, como me disse a Bráulia Ribeiro alguns dias atrás, “Esta crise no ensino, não é apenas religiosa, é mundial.”

Aprendemos a bloquear em minutos quando percebemos conscientemente ou inconscientemente que estamos recebendo informações demasiadas e aparentemente inúteis ao nosso dia-a-dia. Isso é um mecanismo de defesa desta geração, senão ficaríamos loucos.

Quando um pregador começa sua exposição gastando 15 minutos falando de contexto, da palavra no original, o que “Agostinho” falava, etc.,a nova geração bloqueia o resto da pregação e, quem sabe, só volta na hora do apelo com o tecladinho. Eu, como um professor de Hermenêutica, sei muito bem da importância do contexto, língua original e etc. para compreender o texto, mas estas informações têm que ser diluídas na exposição, não como uma pregação em forma de tese, mas como uma história.

Da mesma forma as Escolas Bíblicas Dominicais desanimam os “alunos” só de ver o conteúdo programático do semestre. Muita informação e pouca formação. É a única escola que o indivíduo NUNCA se forma em nada.

E quando chegamos a instituição de ensino chamada seminário, aí da vontade de chorar. Mandamos um jovem nota 10 para um seminário na esperança dele voltar mais sábio, mais amigo, mais preocupado com o próximo e, sabe o que geralmente nos mandam de volta? Quando não se desvia, volta um jovem arrogante, chato e com muita informação inútil da bíblia.

O bom estudante hoje não é o espoja, mas o Jovem “Peneira”! Aquele que deixa passar a maioria das coisas que não são palpáveis e retém as coisas sólidas.

A crise da informação nos remete a uma reforma no ensino, a uma nova pedagogia nos seminários, escolas bíblicas e pregações. Em uma metodologia de relacionamentos e protagonismo. Deus nos ajude nesta reforma antes que seja muito tarde.

12 Comments

  • Vamos combinar que ralo acaba sendo uma palavra estranha, mas prefiro ser ralo que esponja, sem dúvidas!!!Texto muito feliz na colocação, Marquinhos!Deus continue te abençoando!Sa

  • Concordo plenamente!Precisamos passar por um reforma na comunicação entre o púlpito e a bancada, entre o professor e o aluno. Precisamos potencializar o tempo de comunicação, não mudar o conteúdo, mas a forma como passamos. E é preciso ser rápido, pq "alguém" já percebeu nosso ponto fraco, e está tirando cada dia mais jovens do caminho da salvação.

  • Marcos,mandou ver nesse post, hein.E ainda ganhou uns seguidores no twitter, mostrando que é amigo da Bráulia Ribeiro. hahahaabraçãoDaniel

  • Fiquei, preso ao 7º parágrafo,”…mas estas informações têm que ser diluídas na exposição, não como uma pregação em forma de tese, mas como uma história…”Ontem assisti a uma palestra, com Antonio Núñez, onde esse era o assunto, grandes homens sabem contar grandes histórias tão bem que os ouvinte conseguem guardar até mesmo os detalhes.Storytelling – a arte de contar história.Barack Obama soube fazer isso.Steve Jobs também a melhor prova éo discurso dele em Stanford.E o que eu penso ser o melhor de todos, Jesus Cristo. Contar histórias é uma arte, vamos fazer isso da melhor forma possivel então.Muito legal o texto, Parabéns.

  • Fiquei, preso ao 7º parágrafo,”…mas estas informações têm que ser diluídas na exposição, não como uma pregação em forma de tese, mas como uma história…”Ontem assisti a uma palestra, com Antonio Núñez, onde esse era o assunto, grandes homens sabem contar grandes histórias tão bem que os ouvinte conseguem guardar até mesmo os detalhes.Storytelling – a arte de contar história.Barack Obama soube fazer isso.Steve Jobs também a melhor prova éo discurso dele em Stanford.E o que eu penso ser o melhor de todos, Jesus Cristo. Contar histórias é uma arte, vamos fazer isso da melhor forma possivel então.Muito legal o texto, Parabéns.

  • Muito bom o seu texto, Marcos.Concordo com vc e também creio que hoje é necessário que um dos ensinamentos mais antigos de Cristo seja praticado: o AMOR. Acredito que se você usa deste principio no ministério, sem dúvida você trabalhará para o SENHOR se envolvendo com pessoas. E se envolvendo com pessoas, não tenho dúvida de que o SENHOR nos dá a sensibilidade de poder fazer da melhor maneira possível a sua obra. Como o Ariovaldo Ramos diz: "A igreja tem que ser relevante." Vale também lembrar que nosso mestre, O SENHOR JESUS, ensina de maneira dinâmica, usando de pássaros, trigo e sementes. Que sigamos seu exemplo. Vamo ser peneira gente! rsrsAbraços Marcos, DEUS te abençoe,lutando juntos pela sã doutrina,Jonathan Oliveirahttp://maisdesejavel.blogspot.com/

  • Olá!!! Perfeito!!! Nós precisamos mudar, a começar em mim, há um tempo tenho notado a necessidade mudar, saiba que vc e o JV são instrumentos do Pai neste tempo novo pra mim! Obrigada por compartilhar e por nos ajudar a repensar…

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